No filme de
2011 “Papá, soy una zombi” (de Joan Espinach e Ricardo Ramón), Dixie, uma
adolescente gótica, vira uma morta-viva, mas consegue retornar ao mundo dos mortais
ao derrotar a vilã Nebulosa. Tudo isso é
contado no acelerado prólogo de Dixie e a Revolução dos Zumbis, a
continuação da série da boneca Dixie que integra a programação Internacional da
Mostra Geração 2014. Agora Dixie é uma garota popular na escola, sem abandonar
seu estilo dark! Ela está se dando
bem com a mãe e tudo parece caminhar da melhor maneira possível.
Porém, Dixie
e a Revolução dos Zumbis é um filme de aventura e, logo, nossa heroína
está novamente às voltas com muitos conflitos. “Quem convidar para a festa do
dia das bruxas?” Não é simples a questão, é central na adolescência (e será que
algum dia deixa de ser?). É uma pergunta que nos faz olhar para dentro de nós e
para os outros, gera outras dúvidas e as respostas certas geram
autoconhecimento. Este dilema básico dispara um roteiro com muita ação, muitas tramas
e camadas, Dixie está dividida entre dois mundos.
A animação 3D
traz personagens com sentimentos e atitudes incrivelmente reais, os pais são
imperfeitos e até os amigos zumbis de Dixie são extremamente humanos. Apenas a
grande vilã tem um caráter mais simples. Mas enquanto Nebulosa só trabalha para
o mal, Dixie, circulando entre o mundo dos mortais e o dos mortos-vivos,
descobre que tem um coração enorme. O longa-metragem vai agradar mais ao
público pré-adolescente, pois além de falar com humor dos assuntos que
interessam a esses jovens, o tratamento estético explora o colorido mais vibrante
dos tons sombrios do mundo das trevas. Destaque para os efeitos sonoros que
envolvem o espectador em uma atmosfera de mistério e que vai prender a garotada
na poltrona da sala escura.
Bia A. Porto é formada em cinema pela UFF e mestre em Educação pela
PUC-Rio
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