Nos
Alpes franceses, avô e neto saem à caça de uma fera que está atacando as ovelhas
do povoado de Saint Martin, nas proximidades da Suíça. É emocionante, impressionante,
impactante, incrível a sequência de abertura de Belle e Sébastien! Panorama
aéreo das montanhas, fauna selvagem, tem até rapel. Segurem o fôlego, não vou
contar mais detalhes para não estragar as surpresas.
O
que mais posso dizer sobre este longa que integra a programação Internacional
da Mostra Geração/Festival do Rio 2014? É forte candidato a preferido do júri
popular infanto-juvenil. Os mais velhos também vão gostar. A obra é a terceira
adaptação para as telas do romance “Belle et Sébastien”, da autora e atriz
franco-americana Cécile Aubry (Paris, 1928 – Dourdan, 2010). As aventuras do
menino Sébastien, 6 anos, e da cachorra Belle foram série de TV, na década de
1960, e anime japonês, nos anos de 1980. Belle & Sebastian, a banda de
indie rock inglês, também escolheu seu nome em homenagem a esses cativantes
personagens. Além desse interessante currículo, a história, que se passa em
plena Segunda Guerra (1943), se desenrola em um enredo que nos faz lembrar o
tipo de obra edificante, humanista, que contaminou a cinematografia mundial do
período logo após o conflito.
Sébastien,
que segue os bons exemplos de homens e mulheres da resistência francesa, vai
formando o seu caráter num contato muito direto com a natureza, questão superatual.
Gavião, veados, lobo, truta, sapo, muitos animais, além das ovelhas e do cão
selvagem Belle, ensinam ética ao menino, em fotografia e montagem de planos
belos e reflexivos sem serem cansativos para a concentração dos espectadores
pequenos.
Para
apaixonar mais ainda, o jovem ator Félix Bossuet (Paris, 2005) é encantador e
cantador, é dele a voz quando ouvimos a música tema pela primeira vez. Destaque
também para Tchéky Karyo (Istambul, 1953) que faz o nobre avô, conhecido do
público brasileiro por suas participações em filmes como Eterno Amor (Un long dimanche de fiançailles), Roubando Vidas (Taking lives) e Joana
d'Arc (Joan of Arc). Tecnicamente,
a realização toda do longa é impecável, um filme com tudo o que as crianças pequenas
merecem.
Aos
educadores que saibam um pouco do idioma francês, ainda recomendo consultar os
materiais pedagógicos disponibilizados pelo site oficial da produção: http://www.belleetsebastien-lefilm.com/
Bia A. Porto é formada em cinema pela UFF, mestre em Educação pela
PUC-Rio e secretária executiva da Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e
Audiovisual – Rede Kino
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