Por Bia A. Porto
Resenha crítica do longa Harun-Arun
(Harun-Arun)
Índia, 2009, 73min.
Direção: Vinod Ganatra
Faixa etária indicada: a partir de 8 anos
Quarta-feira, dia 06 de outubro, 14h45
Quinta-feira, dia 07 de outubro, 9h
Sala 1 Espaço de Cinema (rua Voluntários da Pátria, 35, Botafogo)
Dublagem ao vivo
Como se começa uma amizade, quais são as primeiras perguntas para quebrar o gelo? “Qual o seu nome?”; “Quantos anos você tem?”; “De onde você vem?”. Estas perguntas te definem? O novo longa do diretor Vinod Ganatra nos apresenta um menino que é muito mais do que a soma de um nome, uma idade e um lugar de origem.
Em 1947 o império colonial britânico da Índia foi dissolvido e a região se dividiu entre a República da Índia e a República Islâmica do Paquistão. Famílias, comunidades, terras e culturas, que eram únicas, foram partidas. Como resultado Harun cresceu longe de seus familiares, vivendo sozinho, nos dias de hoje, com seu avô, Rashid, no lado paquistanês. Mas os dois desejam retornar à terra natal do avô, a pequena cidade de Lakhpat na Índia.
O filme foi rodado em uma região pouco urbanizada do estado de Guzerate, o segundo mais industrializado do país, retratando belas paisagens; casas simples, mas ornamentadas com desenhos de muitas cores, e vestimentas de coloridos vibrantes com bordados muito ricos em detalhes. É uma delícia de ver.
Mas, desde o seu primeiro longa infantil para as telonas, A Fuga dos Camelos (Heda-Hoda), exibido na Mostra Geração 2004, Vinod Ganatra apresenta uma visão crítica sobre a tradição do lugar. Ao mesmo tempo em que é importante valorizar nossa cultura e identidade locais, Harun, que é fã dos musicais de Bollywood, mostra que as questões do coração não têm fronteiras, são universais. Assim, o diretor aposta no potencial transformador das novas gerações. E é por discutir com elas assuntos sérios como preconceito e conflitos na fronteira Índia/Pasquistão, com leveza e esperança, que o filme já ganhou o Liv Ullmann Peace Prize, concedido pelo júri do Chicago International Children's Film Festival. No Festival do Rio, o filme também vai emocionar.
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