A Mostra Geração é o segmento infanto-juvenil do Festival do Rio, o maior evento audiovisual da América Latina.

Esse ano estamos celebrando 15 anos.

São vários Programas:

O Internacional, inclui longas vindos de várias partes do planeta/do mundo com temáticas focadas nas crianças e nos jovens.

O Vídeo Fórum apresenta e debate os trabalhos produzidos por eles mesmos. É o momento de ver na tela grande a sua própria produção.

Além disso, a Mostra Geração oferece encontros especiais para educadores e diversas atividades.

Fique de olho: o Festival do Rio 2014 acontecerá entre 24 de setembro e 08 de outubro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

VALO é o destaque de hoje na Mostra Geração

A Mostra Geração apresenta na sessão de retrospectiva em comemoração aos seus 10 anos, o filme VALO, uma co-produção entre Suécia, Noruega e Finlândia. O longa-metragem foi escolhido pelo público como o melhor filme da Mostra Geração de 2007. A sessão será hoje, às 14h30, no Espaço de Cinema, sala 1, em Botafogo. E será reprisado no mesmo cinema no dia 07 de outubro, às 9h. O curta-metragem brasileiro GOL A GOL, de Bruno Carvalho, irá abrir as sessões. VALO terá dublagem ao vivo.

Ciências Humanas
Por Bia A. Porto

Resenha crítica do longa VALO
(Valo)
Finlândia/Suécia/Noruega, 2005, 84min.
Direção: Kaija Juurikkalaz

VALO é o vencedor da Mostra Geração 2007 e premiado em mais cinco festivais internacionais. Sua força consiste nos argumentos em prol da educação, dos direitos da criança (o filme tem o apoio da UNICEF) e da justiça. Baseado na vida do artista e filósofo Aleksanteri Ahola-Valo (1900-1997), o filme narra a luta de um menino de 8 anos para continuar na escola, no início do século XX.

Desde 1809, a Finlândia era um território autônomo do Império Russo e, na época em que a história do filme transcorre, movimentos nacionalistas promoviam rebeliões que eram violentamente retaliadas pelo Czar. O pai de Valo era um rebelde e por isso os dois são exilados em uma pequena aldeia. Na nova escola, o garoto não se conforma com os maus tratos sofridos pelas crianças e o autoritarismo de seu regente, um sacerdote ortodoxo que deixa qualquer um morrendo de medo.

Para a sorte de Valo, uma professora mais compreensiva e amorosa chega à escola e incentiva as crianças a se empenhar nos estudos como forma de se tornarem protagonistas de suas próprias vidas. Obviamente, esse projeto pedagógico libertário não agrada em nada aos comandos do Império e é reprimido. Valo, então, abre uma escolinha alternativa com a ajuda dos amigos e, juntas, as crianças enfrentam a ignorância dos adultos que não entendiam a importância daquela iniciativa.

É interessante ver no filme um pouco da história das instituições de ensino e da história da infância. A escola surgiu com o intuito de disciplinar os indivíduos que não sabem viver em sociedade e sua criação está intimamente relacionada à idéia de infância. Por incrível que pareça, esta nem sempre foi vista como um momento especial do desenvolvimento humano. Na verdade, o conceito de criança varia de acordo com o contexto histórico-cultural, já sofreu diversas transformações e, provavelmente, ainda irá passar por outras mais.

A escola oficial da aldeia de Valo funcionava com regras muito rígidas às quais os alunos deveriam obedecer sem contestar. Era muito raro uma professora como Maria, que ouvia o que a turma tinha a dizer. Pensamentos independentes não eram tolerados e, para piorar, fora da escola os meninos e meninas tinham as mesmas obrigações que os adultos e, se tivessem problemas com a lei, eram julgados em condições injustas, sem terem voz.

Com figurinos coloridos e cenários que retratam com detalhes as fábricas, as estações de trem, o comércio e demais construções da época, o longa coloca a criança contemporânea em contato com uma infância anterior que destaca os direitos conquistados para as crianças de hoje, principalmente o de estudar. É também um bonito relato sobre o estimulante encontro com o conhecimento e sobre a produção do mesmo.


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