Resenha Crítica do longa UM CONTO SOBRE A GANÂNCIA (Nagshe Jahan A)
Irã, 2009, 72min.
Direção: Sepehr Ali Mohammad Loo
Por Bia A. Porto
A programação internacional da Mostra Geração 2011 está imperdível e, desta ótima safra, UM CONTO SOBRE A GANÂNCIA, sem dúvida, é um dos longas mais interessantes. O cinema iraniano, que tanto já nos encantou, nos dá mais este presente, só que desta vez animado.
Uma linda animação, de cores e texturas ricas, de colagens que provocam relevos na projeção bidimensional da tela, de paisagens que, com a ajuda da música, nos transportam para um Oriente feudal. Para o Oriente exótico e misterioso das histórias de Aladin, Ali Babá e Sherazade...
Um estilo de movimentos e um jogo de luz e sombras que nos remete à lanterna mágica, um envolvente espetáculo ancestral do cinema. E estas opções são fundamentais para a dramaticidade da narrativa. A história do soldado mais valente do rei que provocou uma guerra em nome da felicidade dos povos é um conto sombrio.
É muito bom que a gente veja obras “infantis” assim, que nos fazem refletir sobre sentimentos que, em geral, preferimos evitar. Não espere aquele estilo de filme família com fartas risadas para todas as gerações. Em sua jornada, o nosso herói se destaca e se perde da sua cavalaria. E a soberba o afasta de sua própria essência.
UM CONTO SOBRE A GANÂNCIA é um conto moral onde aprendemos um pouco sobre os valores que são ensinados às crianças de uma sociedade tão diferente da nossa, mas que são valores que também aqui tentamos ensinar aos nossos pequenos, porque são importantes.
Bia A. Porto é mestranda em Educação e integra o Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia (GRUPEM), coordenado pela professora Rosalia Duarte e vinculado ao Departamento de Educação da PUC-Rio.
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