Resenha Crítica do longa UM GATO EM PARIS (Une vie de chat)
França, Suíça e Bélgica, 2010, 64min.
Direção: Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli
Por Luciene Coelho
O filme UM GATO EM PARIS, apresenta uma história intrigante com vários elementos do contexto existente em qualquer metrópole. A riqueza e a complexidade dos personagens do filme são estimulantes e lhe oferecem um incrível desfecho.
Zoé, uma menina carente da atenção materna, recebe de seu gato de estimação os mimos que lhe faltam. Sua mãe, Jeanne, é muito ocupada, trabalha como delegada, e está abalada emocionalmente com a morte do marido. Ela procura prender o assassino que o matou. Por causa de suas inúmeras tarefas, Jeanne transfere os cuidados com a filha, para a babá, Claudine, uma dissimulada. Victor Costa é um inconseqüente, que tem uma gangue composta por quatro “idiotas” que não conseguem pegar nem um gato. Dino, o gato, gosta de realizar passeios noturnos ao lado de um ladrão camarada chamado Nico.
Nessa trama emocionante, temas como morte, depressão, trauma, bullying entre adultos (você pensa que isso não existe?), moral e alucinações, estão implícitos no comportamento dos personagens, e permitem mesmo assim, a compreensão e aceitação do filme, sem qualquer desconforto ou confusão emocional. Contudo Nico, o ladrão, desafia nossa compreensão sobre a ética e o bom costume.
A estética e os cenários, bem elaborados por Jean-Loup Felicioli, são o ponto forte desta animação, que traz ângulos interessantes e também boa sequência de cenas. Ainda merecem destaque os detalhes de sombreamentos, representando volumes e produzindo o aspecto de noite em que acontece a envolvente trama de suspense com excelente trilha sonora de Serge Besset.
Luciene Coelho estuda pedagogia e integra o Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia (GRUPEM), coordenado pela professora Rosalia Duarte e vinculado ao Departamento de Educação da PUC-Rio.
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